sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Other Side #005

No dia seguinte Marina entrou no quarto com um caderno e encontrou Luana dormindo no sofá na frente da janela. Nina ainda dormia.
- Lua, acorda amiga.
- O que foi? - Ela pulou do sofá esfregando os olhos com as costas das mãos.

- Eu preciso te contar sobre os planos da Nina, se ela não puder ir nessa reunião você precisa ir e resolver tudo.
- Reunião? Planos? Do que você está falando?
- Sua avó queria vender as receitas dela para uma empresa e o gerente do banco dela estava ajudando.
- Como assim vender receitas?
- Está tudo no caderno, é o plano dela, vender tudo para pagar a hipoteca da casa e o seu curso.
- Por que você não me contou tudo?
- Porque ela me disse para não fazer isso. E nós duas sabemos que ela precisava descansar. Uma vez ela me disse que a confeitaria foi o sonho dela, que você deveria passar a juventude descobrindo quais são seus sonhos e o resto da vida realizando cada um deles.
- Sim, é bonito pensar assim, mas olha onde estamos agora. Eu poderia ter ajudado... - Lua respirou fundo. - Onde e quando é essa reunião?
- Daqui a uma hora na confeitaria.
- Fica aqui do lado dela e me liga assim que ela acordar. Eu volto assim que terminar lá.
- Boa sorte!
Lua abraçou a amiga e saiu correndo com a amiga.

***

O caderno era como um diário ou uma carta, ela descrevia tudo o que tinha mudado nas receitas e tudo o que ela esperava que acontecesse depois do contrato. Uma frase sublinha no final deixou Lua sem ar.
“Levar a menina para conhecer o pai dela.”
- Oi, ela já acordou? - Gustavo abraçou Lua.
- Não, o que você faz aqui?
- Minha irmã disse que você estava vindo e que provavelmente precisaria de um advogado.
- Preciso mesmo, preciso muito conversar com a minha avó, que ela fique bem outra vez.
- Ela vai ficar bem, mas por enquanto por que não deixa seus amigos ajudarem?
- Sim, nos conhecemos só a três meses mesmo.
- O quê? Lembra daquele moleque irritante que implicava com você na escolinha?
- Gustavinho? Não! Você quebrou a minha boneca.
- E puxava seu cabelo, te chamava de chorona e teve uma vez que colei chiclete no seu cabelo.
- Foi você? - Lua socou o braço dele.
- Isso dói!
- Eu tive que cortar o meu cabelo, fiquei seis meses parecendo um menino. Isso não conta como tempo de amizade. Olha, pode ficar, mas só faz cara de mal e finge que faria qualquer coisa para me defender.
- Quem eu tenho que matar?
- Ninguém, seu maluco. - Lua sorriu.
- É bom ver você sorrindo.
- Bom dia! Onde posso encontrar Bianca Baker? - Um homem entrou na loja e veio direto em direção a eles.
- Quem é Bianca?
- Minha mãe. - Lua respirou fundo. - O que quer com ela?
- Ela roubou um carro, vinte e um anos atrás e desapareceu. Estou disposto a não denunciar se ela apenas devolver o carro.
- Esse carro já não existe mais.
- Então avisa a sua mãe que ela tem uma dívida de trezentos mil dólares com o meu chefe, o dono do carro.
- Diz ao seu chefe que venha cobrar pessoalmente, toma vou te dar o endereço dela assim resolvemos logo esse assunto. - Lua pegou um papel e escreveu o endereço. - E da próxima vez não fale assim comigo, os erros dela são única e exclusivamente dela.
- Se ela não resolver isso voltaremos a nos ver muito em breve.
- Que tenha um excelente dia! - Lua andou em direção a porta da confeitaria, abriu-a e esperou o sujeito ir embora.
- Pensei que a Nina tivesse criado você.
- Bianca Baker abandonou a filha dias depois do nascimento e morreu num acidente de carro, indo de encontro ao amor da vida dela.
- Seu pai?
- O que me importa agora é essa reunião. Vou fazer um café e você coloca a placa de fechado lá na vitrine.
Meia hora depois o gerente do banco trouxe três homens que estavam interessados em fazer negócios, o primeiro ofereceu comprar apenas a confeitaria com tudo o que tinha dentro, o segundo queria comprar uma ou outra receita que Nina colocou no portfólio e o terceiro...
- Queremos, eu e meu sócio, comprar a confeitaria, o nome Nina’s como marca e todas as receitas. Nossa intenção é abrir várias Nina’s pelo país, industrializar algumas receitas e colocar nas prateleiras dos supermercados de todo o país.
- Aqui eu tenho os contratos, agora você só precisa ler os contratos e assinar o que for mais interessante para vocês. Já que tanto a loja quanto o registro das receitas estão no seu nome.
Lua leu os três contratos e tudo parecia ser tão bom que ela começou a desconfiar.
- Terminei de ler e como a Nina não está em condições de opinar eu terei que decidir. Espero estar certa...
- Luana é simples, qual é a melhor proposta? - O gerente sorriu tentando encorajá-la a decidir.
Lua viu Miguel chegando com Isadora.
- Agora que você tem o apoio dos seus amigos, qual é a sua decisão?
Escrito por: Izzy Rosa

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